Vivemos uma época áurea no campo da ciência. Descobertas complexas, invenções surpreendentes e avanços tecnológicos extraordinários têm marcado as últimas décadas. Máquinas, computadores, robôs e satélites fazem parte do nosso dia a dia e estão presentes tanto nas atividades mais simples como nas mais complexas. Não obstante tamanha evolução, assistimos a graves mudanças climáticas com implicações ambientais desastrosas, testemunhamos a persistente falta de segurança alimentar e nutricional e assistimos ao surgimento crescente de doenças físicas e emocionais nos seres humanos. Esses e outros problemas estão diretamente relacionados à má administração da criação de Deus pelo homem e à falta de compreensão do homem sobre o papel da ciência enquanto fonte de qualidade de vida para os seres humanos.
A ciência revela o Criador de todas as coisas: Deus (Jo 38-39, Sl 19, Is 40.26, Rm 1.19-21). Ao criá-las, Deus estabeleceu Leis da Natureza e, a partir delas, Ele governa sobre tudo e todos (Jo 37, Sl 99). Ele atribuiu ao homem a missão de governar e administrar Sua criação e a ele concedeu inteligência para descobrir o que e para que criou cada elemento da natureza e cada ser vivo (Gn 1.27-30). A ciência existe com este propósito: não para criar novas leis ou verdades sobre o cosmos, mas para descobri-las.
Tudo o que Deus criou é bom, tem propósito, apresenta função específica e compõe o sistema equilibrado e perfeito da criação (Gn 1.31). Johannes Kepler (astrônomo), Francis Bacon (fundador da Ciência Moderna), Isaac Newton (astrônomo), George Washington Carvers (botânico e agrônomo), Louis Pasteur (fundador da Microbiologia e criador da Pasteurização), Francis Collins (diretor do Projeto Genoma Humano) e Brian Kobilka (químico)¹, dentre outros importantes cientistas modernos e contemporâneos, entenderam essa verdade e buscaram revelar o Criador e Sua criação pela ciência.
Kepler escreveu em 1598 que os astrônomos seriam os sacerdotes de Deus quanto ao “livro da natureza”, e que deveriam buscar não a glória do seu intelecto, mas acima de tudo a de Deus. Isaac Newton considerava a ciência um “jardim” que lhe fora dado para cultivar e acreditava que cada descoberta que fazia lhe havia sido comunicada pelo próprio Deus. George Washington Carvers compartilhava igualmente dessa visão. Ao ser questionado sobre como havia descoberto mais de mil maneiras de se utilizar o amendoim, ele revelou que segurou um amendoim em sua mão e se perguntou: “Para que o Senhor criou o amendoim? Tu criaste todas as plantas que dão sementes e dissestes que eram boas”². Louis Pasteur também afirmou se maravilhar com a obra do Criador quanto mais estudava a natureza, e Francis Collins declarou ter descoberto uma harmonia maravilhosa nas verdades complementares da fé e da ciência: o Deus da Bíblia seria o Deus do genoma, e Ele podia ser encontrado na catedral e no laboratório.
A ciência tem um papel decisivo para a promoção de qualidade de vida em toda nação. Após a queda do homem pelo pecado, o sofrimento, o desequilíbrio, o conflito, o mal entraram no mundo, e a terra ficou amaldiçoada (Gn 3.17-18). Doenças, desastres naturais e problemas interpessoais, sociais, políticos e econômicos surgiram e se multiplicaram. Mas Deus, o perfeito Amor, deu ao homem a inteligência e a criatividade para administrar de maneira adequada e proveitosa a criação e encontrar soluções para seus desequilíbrios e problemas. Cabe aos cientistas decifrá-las e utilizar a ciência na plenitude de seu propósito: promover qualidade de vida para o homem.
Se, portanto, quisermos um Brasil transformado nos moldes do Reino de Deus, a produção científica deve ser direcionada para revelar o propósito e os benefícios de cada elemento da criação. Para toda doença, há uma cura; para todo desequilíbrio, há equilíbrio; para todo conflito, há paz; para todo mal, há bem! As respostas estão em Deus, e Ele pode revelá-las a nós se, Nele, as respostas forem buscadas.
:: Viviane Petinelli [Grupo de Ação Política – GAP]