Um olhar ao próximo

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Se brasileiros que se consideravam empresários bem-sucedidos, hoje se desdobram para se adaptar à nova realidade do país, imagine aqueles que já viviam em condições difíceis e hoje encontram um submundo para sobreviver? Pesquisas recentes revelam que muitas famílias sofrem com os efeitos da retração econômica no Brasil, ainda que, aos poucos, o PIB tem se recuperado de forma lenta e gradativa. Mas o que a igreja cristã tem a ver com isso?

Tudo. Essa é a resposta. A missão da igreja é, além de difundir o Evangelho, buscar influenciar e impactar a humanidade para o bem. Ela tem a missão de dar continuidade no amparo aos necessitados que se iniciou com o próprio Jesus.

Em Atos 1 e 2, vemos que Deus enchia o povo do Espírito Santo. Em Atos 3, os discípulos já tinham essa consciência do Espírito. Quando um mendigo foi curado, todos ficaram atônitos, e Pedro mostrou ao povo quem verdadeiramente curou aquele coxo. Era visível a diferença entre compaixão e dó que o povo sentia ao olhar aquele mendigo antes de sua cura. A presença do Espírito Santo fez toda a diferença.

Muitas vezes, seguidores de Cristo são incapazes de olhar nos olhos dos necessitados e, quando olham, sentem dó. Um sentimento que não gera mudança, não induz à empatia e não move os corações para a revelação de Deus. Pedro deixou muito claro quem curava aquele homem. O nome de Jesus é o selo daquilo que Ele continua a fazer pela vontade do Pai. Jesus não é a palavra mágica que podemos usar e realizar a nossa vontade, mas a vontade de Deus.

Pedro mostrou às pessoas que o próprio povo condenou Jesus, mas Ele venceu a morte, e aquele acontecimento era a prova de que Ele continuava operando Seus milhares, e que era chegada a hora deles se arrependeram de seus pecados e levar a vida com Deus. As igrejas de hoje têm chamado pessoas para cuidar do bem-estar delas, mas o arrependimento deve ser a verdadeira condição para alguém viver a verdadeira vontade de Deus. A passagem bíblica de Atos mostra exatamente isso, pois a religião por si e o suprimento de necessidades básicas não levam à genuína conversão.

Olhar um necessitado e estender a mão não é suficiente, é necessário ter um olhar sensível ao Espírito Santo. A principal realidade que um cristão tem de enxergar ao ver um necessitado é que ali existe uma vida que pode ser restaurada, que precisa de arrependimento, uma vida que pode ser ganha para Jesus, e que Ele é poderoso para operar um milagre naquela pessoa por meio da sua vida.

Em tempos de crise econômica, o que não falta é oportunidade para a igreja agir com sabedoria, com a visão de que não só é preciso estender as mãos, mas revelar Jesus, o verdadeiro sentido da vida.

:: Renata Giori

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