A igreja de Filipos foi a maior parceira do apóstolo Paulo no que tange a dar e receber. Assistiu o apóstolo em várias circunstâncias. Era uma igreja com forte pendor missionário. Portas para fora aquela igreja era um exemplo. Porém, internamente enfrentava alguns problemas. A área vulnerável da igreja era os relacionamentos. Havia discordância entre duas mulheres proeminentes na igreja, Evódia e Síntique (Fp 4.2). Em Filipenses capítulo 2.1-30 Paulo dá sete princípios para a restauração dos relacionamentos na igreja e depois dá quatro exemplos.
Em primeiro lugar, os princípios para mantermos relacionamentos saudáveis na igreja (Fp 2.1-4). O primeiro princípio é pensar a mesma coisa. Podemos ter divergências uns com os outros, mas devemos focar nossa atenção naquilo que nos une e não no que nos separa. Se estamos em Cristo, somos irmãos, membros do mesmo corpo, participantes da mesma família e nosso papel não é lutar uns contra os outros, mas manter unidade de pensamento. O segundo princípio é ter o mesmo amor. O amor é o vínculo da perfeição. O amor é a primeira marca da maturidade cristã. O amor é nosso distintivo. É por meio dele que somos conhecidos como discípulos de Cristo. Precisamos amar o irmão em vez de concorrer com ele ou lutar contra ele. O terceiro princípio é ser unido de alma. Não basta amar os irmãos de forma genérica; é preciso que esse amor seja pessoal, profundo, como se fôssemos almas gêmeas. O quarto princípio é ter o mesmo sentimento. Não raro brotam divergências e até contendas entre os irmãos. Se não vigiarmos instala-se em nosso coração a amargura, o rancor e a indiferença. Nosso papel, como membros da família de Deus, é nutrirmos o mesmo sentimento de uns para com os outros. O quinto princípio é não dar guarida à exaltação do “eu” nem alimentar partidos dentro da igreja. Paulo diz que não devemos fazer nada por partidarismo ou vanglória. A humildade deve reger nossos relacionamentos e não a altivez. O sexto princípio é considerar o irmão superior a si mesmo. Sempre que colocamos o “eu” na frente do “outro” levantamos muralhas nos relacionamentos. Sempre que enaltecemos a nós mesmos para diminuir o outro, cavamos abismos em vez de construir pontes nos relacionamentos. O sétimo princípio é pensar nos interesses dos outros antes de laborarmos em nossa própria causa. Se observamos esses sete princípios, curaremos feridas, restauraremos relacionamentos, a igreja será edificada e Deus será glorificado em nós.
Em segundo lugar, os exemplos que devemos mirar se quisermos manter relacionamentos saudáveis na igreja (Fp 2.5-30). Paulo elenca quatro exemplos de pessoas que colocaram o “outro” na frente do “eu”. O primeiro exemplo é o de Cristo Jesus (Fp 2.5-11). Devemos ter o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. Ele sendo Deus se esvaziou, se humilhou, e desceu às mais baixas profundezas, a ponto de morrer por nós, morte de cruz. Deus, porém, o exaltou e lhe deu o nome mais exaltado. O segundo exemplo é do próprio apóstolo Paulo (Fp 2.12-18). Pensando mais nos outros do que em si mesmo, Paulo ofereceu a si mesmo como libação sobre o sacrifício e serviço dos irmãos. Ele não buscou glória para si, mas doou-se pelos irmãos. O terceiro exemplo é o de Timóteo (Fp 2.19-24). Timóteo era um homem singular, que não cuidava de seus próprios interesses, mas dos interesses de Cristo e dos irmãos. Ele foi um servo, que serviu ao evangelho juntamente com Paulo. O quarto exemplo é o de Epafrodito (Fp 3.25-30). Este valoroso irmão, cooperador de Paulo e companheiro nas lutas, por causa da obra de Cristo, chegou às portas da morte, dispondo-se a dar a própria vida para levar uma ajuda da igreja de Filipos ao apóstolo Paulo que estava preso em Roma.
Que os princípios postos e os exemplos elencados nos ajudem na caminhada rumo à comunhão fraternal.
Rev. Hernandes Dias Lopes