As modificações genéticas e a relativização da vida

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“O nascimento de um novo ser humano, considerado em si mesmo, é sempre um dom e uma bênção: ‘Olhai: os filhos são uma bênção do Senhor; o fruto das entranhas, uma verdadeira dádiva’” (Sl 126, 3).

O fundamento principal do Cristianismo é a vida. No início, Deus nos deu o fôlego de vida e nos deu condições perfeitas para desenvolvermos nossa dignidade, provendo a humanidade com alimento, descanso, moradia e beleza (Gn 2.7).

Caídos em decorrência do pecado, Cristo vem ao mundo e morre em nosso lugar para que pudéssemos ter vida e desfrutar de uma caminhada com Ele, a própria fonte, o pão e água da vida, como escrito em João 14.6.

Em muitos versículos vemos o tratamento especial dado por Deus a nós, antes mesmo de nascermos (Salmos 139). Revelações e movimentos proféticos são descritos nas Escrituras ainda durante a gestação, como foi o caso de Rebeca, esposa de Isaque, que durante a gravidez sentiu seus filhos gêmeos, Jacó e Esaú, lutarem, antecipando o que anos depois ocorreria (Gn 25.21-23). Assim também João Batista, ainda no ventre de sua mãe, Isabel, reconheceu o Messias, também no ventre de Maria, e se exaltou com a alegria da esperança, conforme Lucas 1.41-44.

A Bíblia é clara na proteção da vida e nos ensina princípios valiosos para resguardar a infância e adolescência. Todavia, em muitos países, a questão da garantia e da guarda dos interesses da criança desde a concepção não é um assunto prioritário no governo.

Na China, por exemplo, mais de 400 milhões de bebês foram abortados forçadamente sob o regime comunista, isso decorrente da controversa política do filho único. Já na Islândia, nos últimos cinco anos, todos os bebês com síndrome são abortados.

Apesar do aborto eugênico ser ilegal ao redor do mundo (mesmo na Inglaterra, onde essas ideias estão sendo pregadas), este cruel procedimento parece estar ocorrendo mesmo não sendo amparado pelo ordenamento jurídico. Um estudo de 2014 identificou que há 4.700 meninas a menos do que as estatísticas revelam na Inglaterra. No mundo, estima-se que há 200 milhões de meninas que foram abortadas por serem meninas.

Uma recente notícia foi publicada revelando que um cientista da Universidade de Shenzhen, na China, afirma ter criado os primeiros bebês geneticamente modificados. Todavia, apesar do cientista declarar que não se tratava de escolha de características genéticas, tais experimentos causaram grande apreensão na comunidade científica, que garante não possuir segurança e limitações de ética nesses procedimentos.

De qualquer forma, deve-se atentar às investidas científicas de manipular a vida e fazer dela um mero procedimento de escolhas que atendam aos desejos de determinados indivíduos sob um determinado custo. Impedir que alguém viva, com uma justificativa de doença mental, deficiência ou sexo, é repudiante e contraria qualquer tipo de argumentação baseada na dignidade da pessoa humana e no direito inerente supremo à vida.

Não se pode impedir os mais básicos direitos de qualquer indivíduo, nem tentar desqualificá-lo ou despersonalizá-lo com base nas suas características pessoais, mesmo que estas não sejam valorizadas pela sociedade atual. Ao fazê-lo, comete-se um erro grave e uma atrocidade contra toda a humanidade, além de violar o princípio basilar da nossa fé: a vida plena que Cristo nos oferece para desfrutarmos por meio da Sua morte, consumada na cruz, e posterior ressurreição.

:: Aléxia Duarte [Grupo de Ação Política – GAP]

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