Criação: mito ou realidade?

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Desde que Charles Darwin publicou o seu livro “A Origem das Espécies”, em Londres, em 1859, que a chamada teoria da evolução tem sido ensinada nas escolas e universidades como uma verdade científica. Falta-lhe, entretanto, a evidência das provas. Na contramão dessa teoria, a Escritura diz: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Essa declaração enseja-nos algumas conclusões:

Em primeiro lugar, a matéria não é eterna. Os gregos afirmavam que a matéria é eterna, mas eterno só Deus o é. O universo, feito de matéria e energia, foi criado e criado no princípio. Matéria e energia não criam a si mesmas. O universo é governado por leis, e leis não criam a si mesmas. Que o universo foi criado, a ciência prova. O que aceitamos pela fé é que o universo foi criado pela palavra de Deus (Hb 11.3). Todas as coisas foram criadas por intermédio do Verbo divino (Jo 1.3). Ele criou todas as coisas, visíveis e invisíveis (Cl 1.16). Deus fez o universo por intermédio do Seu Filho (Hb 1.2).

Em segundo lugar, o mundo não surgiu espontaneamente. A teoria da geração espontânea não está calçada com a verdade. O mundo não pariu a si mesmo. Não veio à existência por iniciativa própria. O mundo foi criado e criado por Deus. Não há contradição entre a ciência corretamente entendida e a Bíblia corretamente interpretada. Ambas têm o mesmo autor, Deus.

Em terceiro lugar, o mundo não é resultado de uma grande explosão cósmica. A teoria do Big Bang não tem a seu favor a evidência das provas. O caos não produz o cosmos, nem a desordem, a ordem. Seria mais fácil acreditar que, ao se lançar ao ar um bilhão de letras, elas caíssem como uma grande enciclopédia do que acreditar que uma explosão cósmica produziu este universo tão vasto, com mais de noventa e três bilhões de anos-luz de diâmetro, com leis tão precisas. É preciso ter mais fé para ser um ateu do que para ser um crente. O planeta terra não está onde está porque casualmente uma explosão o deixou aqui. Na verdade, a terra está exatamente onde deveria estar. Se nós estivéssemos mais perto do sol, morreríamos queimados; se estivéssemos mais longe, morreríamos congelados. A lua, a faxineira do planeta terra, não está em sua órbita por acaso, mas porque as mãos do Criador a colocaram rigorosamente em seu lugar. Sem as fases da lua, não teríamos o fenômeno das marés, e, sem o fenômeno das marés, nossas praias se encheriam de lixo, e a vida seria impossível no planeta terra. Nada disso é resultado do acaso, mas obra de Deus, o Criador.

Em quarto lugar, o mundo não é resultado de uma evolução de milhões e milhões de anos. A verdadeira primeira do cristianismo é que “no princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Essa verdade tem sido atacada com rigor desmesurado, ao longo dos séculos, mas mantém-se imperturbável e sobranceira. A pá dos arqueólogos tem demonstrado, dia após dia, a veracidade dessa espantosa declaração. Hoje, alguns estudiosos têm tentado costurar uma aliança espúria entre Cristo e Darwin, defendendo a teoria do evolucionismo teísta. Essa teoria diz que Deus criou o universo através do processo da evolução. O grande problema dessa interpretação é que, necessariamente, precisa rejeitar o registro histórico da criação. Olha para o registro de Gênesis 1 e 2 apenas como um texto metafórico e mítico. Segundo essa teoria, Adão e Eva não existiram. Ora, se eles não existiram, então, não houve queda. E, se não houve queda, então, não houve redenção. Se o primeiro Adão foi um mito, então, o segundo Adão também o foi. Para subscrevermos essa teoria, precisaríamos desconstruir toda a Bíblia, pois o relato da criação está presente no pentateuco, nos livros históricos, poéticos, proféticos, nos evangelhos, no livro de Atos, nas epístolas e no livro de Apocalipse. No meio dessa babel de ideias, ficamos com as Escrituras, que não podem falhar. Estribados na realidade e não em mitos, erguemos bem alto o estandarte da verdade: “No princípio criou Deus os céus e a terra”.

:: Hernandes Dias Lopes

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