No dia seguinte à soltura de Andrew Brunson, outro evangelista foi preso e recebeu ordem de deixar o país em 15 dias
O cristão canadense-americano David Byle foi detido no dia 13 de outubro, quando passou a noite na prisão em Ankara, capital da Turquia. O ocorrido se deu um dia depois que o pastor americano Andrew Brunson foi solto pela corte de Izmir e recebeu permissão para voltar aos Estados Unidos.
Durante anos o pedido de renovação de visto de Byle foi negado ou não respondido. Por isso ele não tinha visto de residência para apresentar aos oficiais quando chegou à estação de trem de Ankara, vindo de Istambul. Foi, então, levado ao Departamento de Polícia e Antiterrorismo da capital turca. Após investigação, chegou-se à conclusão de que o governo tinha o direito de considerá-lo uma ameaça à ordem pública e segurança nacional. Embora Byle tenha sido informado que seria deportado no dia seguinte, foi liberado e ordenado a deixar o país em 15 dias. Ele, então, voltou para sua casa em Istambul, e hoje (25) viajou para os Estados Unidos sem nenhum problema.
Para o evangelista de 49 anos, a prisão não foi uma experiência nova, pois em seus 19 anos vivendo na Turquia, ele já enfrentou várias detenções de curto prazo e interrogatórios. Por três vezes tentaram deportá-lo e ele teve que ficar vários meses fora da Turquia para cumprir com os regulamentos de visto do país. Ele também já teve acusações retiradas por tribunais locais, visto que a lei nacional define atividades missionárias como legais e também foi confirmado que a literatura cristã distribuída por ele não difamava o islã.
Byle afirma que um dos interrogadores era da polícia secreta, pois sabia os nomes de todos os ministros cristãos e suas atividades no país e perguntou sobre suas conexões com eles. Após os oficiais discutirem sobre qual seria a acusação, o documento final citava apenas que Byle havia ficado no país após seu período de residência ter expirado. “Eles não poderiam me deportar por minhas atividades religiosas, porque elas não são ilegais sob a lei turca, então eles precisavam de um motivo justificável legalmente para me deportar”.