Fugindo da violência do Boko Haram, refugiados enfrentam dificuldades, mas são ajudados e se mantêm firmes
O grupo extremista islâmico Boko Haram não foi contido nas fronteiras do país onde nasceu, a Nigéria, e tem afetado a vida dos habitantes dos países vizinhos, como Níger, Chade, e a parte norte de Camarões. Os ataques do Boko Haram já mataram mais de 2 mil pessoas e deslocaram pelo menos 155 mil no norte de Camarões desde 2014.
Ainda que muitas organizações não governamentais nessas áreas auxiliem os refugiados, líderes de igrejas explicam que cristãos são frequentemente tratados de forma injusta. Por isso a Portas Abertas enviou ajuda emergencial a cerca de 300 famílias cristãs na cidade de Mora, que recebeu muitos refugiados. Cada família ganhou uma cesta básica com arroz, farinha de milho, sal, óleo vegetal, peixe defumado e também sabonete. Alguns refugiados receberam Bíblias em francês ou na língua local.
Seis pastores receberam apoio financeiro para suprir suas várias necessidades. Entre eles, o pastor Mattieu, que conta: “Eu fugi de Amchide porque não tinha escolha. Havia ataques em todos os lugares”. Em 2014, antes de o pastor Mattieu sair de Amchide com muitos outros, o Boko Haram destruiu muitas casas e incendiado sua igreja. “Eles vieram de manhã e atearam fogo na igreja. Tudo foi engolido pelas chamas, instrumentos, bancos… Nós perdemos tudo”, relembra o pastor.
Mesmo vivendo em Mora com sua família, ele viaja aproximadamente 30 quilômetros até Amchide todo domingo para pregar e ensinar um pequeno grupo de cristãos que resistiram ao ataque do Boko Haram ou que já retornaram à cidade. Ele leva cerca de uma hora de moto para percorrer as estradas de terra até Amchide. O pastor agradece: “Muito obrigado àqueles que contribuíram financeiramente e nos ajudaram com orações. Que Deus os abençoe”.
Os refugiados em Mora expressam sua gratidão
Os testemunhos destes cristãos perseguidos são muitos. Cada um carrega sua história de perdas e dor. Mas também expressam sua gratidão pela fidelidade de Deus através dos irmãos que vieram em sua ajuda. O marido de Martha morreu durante um dos ataques do grupo terrorista em 2015. Ela recebeu dinheiro para que pudesse continuar com seu pequeno negócio e ajudar suas necessidades diárias. “Muito obrigada por sua ajuda”, agradece a cristã.
Hawa caminhou quilômetros com sua família para fugir de um ataque do Boko Haram. Durante a fuga, ela acabou machucando o quadril, mas não tinha dinheiro para pagar os tratamentos médicos. Com a ajuda da Portas Abertas ela conseguiu o atendimento necessário. Além de comida, ela também recebeu uma máquina de costura para ajudá-la na renda mensal. O marido de Hawa agradece, dizendo: “Nós estamos em Mora há dois anos e não é fácil, é preciso trabalhar duro para conseguir algo até para comer. Mas vocês trouxeram as doações e eu realmente agradeço muito. Deus os abençoe”.
Suzanne fugiu para Mora em 2014 com o marido e dois filhos. Mas depois ele a abandonou para casar com uma muçulmana. Agora ela tem que cuidar sozinha dos dois filhos. “Eu agradeço a igreja, pois eles me ajudaram muito com as orações. Meu marido me abandonou. Ele se tornou um muçulmano por causa de uma mulher, mas pela vontade de Deus eu estou aqui com meus filhos na igreja. Eu agradeço a Deus e a vocês por tudo que nos têm dado”.
Pedidos de oração
- Agradeça a Deus pelos recursos para ajudar a suprir as necessidades básicas destes cristãos perseguidos.
- Ore pelo fim dos ataques e para que a paz e a estabilidade sejam restabelecidas no norte do Camarões.
- Clame para que os pastores que ministram na região tenham muita graça e sabedoria.