Eles foram interrogados e estão sendo acusados de possuir literatura religiosa, apesar de este ser um ato legal
Em 19 de novembro, a polícia uzbeque invadiu uma casa, onde oito cristãos protestantes se reuniram para partilhar uma refeição e ler a Bíblia. Todos foram presos, informou o portal de notícias Forum18.
O incidente ocorreu na cidade de Pap, na região oriental de Namangan, no Uzbequistão. A polícia realizou o ataque sem mandado de busca e confiscou publicações religiosas, incluindo Bíblias, e materiais digitais, todos adquiridos legalmente, disse o Forum 18. Um laptop e um computador também foram levados.
As pessoas levadas à delegacia de polícia foram interrogadas até as 3h da manhã, embora nenhum mandado de detenção tenha sido produzido, disse o Forum 18.
A polícia disse aos cristãos que todos os materiais religiosos serão enviados ao Comitê de Assuntos Religiosos para “análise de especialistas” e que eles podem ser acusados de posse da literatura religiosa, apesar do fato de que foram comprados legalmente.
O Forum 18 informou que contactou as autoridades policiais envolvidas no ataque por telefone, mas que as suas perguntas foram ignoradas.
Mais cedo, em 30 de setembro, a polícia da região de Tashkent invadiu e deteve 40 cristãos durante um retiro.
A “pressão psicológica” da polícia fez com que uma mulher e uma menina de cinco anos fossem levadas ao hospital. De acordo com o Forum 18, quatro mulheres que participaram do ataque roubaram propriedades de mulheres cristãs.
Trinta e um cristãos foram processados sob artigos do Código Administrativo por produção ilegal, armazenamento ou importação para o Uzbequistão de material religioso; violação do procedimento para realização de reuniões religiosas; e por ensinar crenças religiosas sem educação religiosa especializada e sem permissão da organização religiosa central registrada.
O julgamento resultou em cristãos sendo obrigados a pagar multas equivalentes a até 20 vezes o salário mínimo mensal.
Segundo a Portas Abertas, o Uzbequistão é o único país da Ásia Central que possui uma Sociedade Bíblica oficialmente aberta. O governo lhe dá permissão para publicar, importar e distribuir literatura religiosa, mas o controle do Estado em cada movimento dessa organização é tão grande que a Sociedade Bíblica só parece existir no papel.