Fé e individualismo cristão

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É importante que se entenda que não existem promessas bíblicas que possam se cumprir na vida de pessoas que permanecem alheias aqui na terra ao contexto entre Deus, o homem e a Sua Palavra. Para aqueles que se aproximam de Deus e do Evangelho e se convertem, obviamente será prazeroso  estar em contato com os irmãos em Cristo, trocando experiências de crescimento com o Deus vivo.

É totalmente normal, nesta experiência, haver algum debate, comentários sobre irmãos mais ou menos importantes sobre assuntos que demandam polêmicas, desde que o objetivo seja sadio, que contribua para o aprendizado.

Os bons e maus testemunhos são de fundamental importância para que se venha a aprender através dos erros dos outros, que certamente nos fará evitar dissabores; aprender com experiências positivas, ou até mesmo com alguém que se torna protagonista do erro, desde que esse erro, que é humano, não venha a ser praticado continuamente.

É fato que no Cristianismo tradicional, como é chamado, existem limitações por questões de doutrinas ministeriais, que infelizmente irão inibir a possibilidade de uma revelação maior na vida cristã plena, com alegria e gozo completo, como é o desejo de Deus. Porém isso pode ser normal, é uma questão de fé, desde que isso não venha causar oposições ou resistência.

Observamos, contudo, situações diversificadas no meio do povo de Deus. Embora o ensinamento da palavra nos mostra que a conversão acontece através do arrependimento do pecado, do desejo pessoal de ser perdoado, da predisposição de busca do crescimento espiritual e de uma vida conduzida em santidade, existem casos de pessoas que caíram e não tiveram coragem de voltar atrás, de buscar o conserto. E, quando deviam se humilhar e procurar uma reaproximação de Deus e da igreja, se rebelaram de uma vez, revestindo-se de uma autoridade insistente, usando como pretexto as experiências negativas da convivência com os irmãos na caminhada da fé – o que é normal na vida do homem – e acusando-os, denegrindo pessoas que, na verdade, continuam se esforçando para defender sua fé e a sua visão ministerial, pagando um alto preço para preservar o matrimônio e a sua família, observando o ide, a ordem de Jesus em busca das almas perdidas.

E o que mais preocupa é que existe uma grande maioria que ainda não teve coragem de assumir o seu papel de servo, pagando o preço em oração, jejum, evangelismo, em fidelidade a Deus, uma experiência que deve ser vivida no dia a dia e que demanda tempo e sacrifício. E, de repente, como se fosse mágica, essas pessoas travestem-se de doutores e mestres, encontram-se debatendo assuntos bíblicos, mistérios de Deus, usando interpretações pessoais a bel prazer, buscando como fonte de instrução experiências alheias divulgadas em redes sociais, procurando fazer discípulos a qualquer custo, inconsequentemente, sem ter noção do resultado trágico que estas atitudes irão promover na vida dos leigos e no mundo espiritual como um todo.

Na minha interpretação, esse é o maior agravante que pesa sobre a igreja.

:: Wilian Rodrigues | Adaptação Lagoinha.com

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