O esplêndido ministério de Jesus

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“Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo” (Mt 4.23).

Jesus já tinha passado pela água do batismo e pelo fogo da tentação. Seu ministério já estava suplantando o robusto ministério de João Batista em termos de adesão das multidões (Jo 4.1-3). Então, Jesus deixa a Judeia para evitar conflitos precoces com as autoridades religiosas e vai para a Galileia (Mt 4.23). Sua fama transborda para além das fronteiras de Israel (Mt 4.24). Multidões fluíam de todos os cantos da nação para segui-lo (Mt 4.25). O texto em relevo mostra-nos três áreas do ministério de Jesus:

Em primeiro lugar, Jesus ensinou nas sinagogas. Jesus foi o Mestre dos mestres, o mensageiro e a mensagem, o profeta e profecia, o professor e o conteúdo do seu ensino. Não ensinou a doutrina dos rabinos nem o pensamento de sua época. Ensinou as Escrituras, mostrando que ele era o cumprimento de toda a esperança prometida no Antigo Testamento. Jesus não foi um alfaiate do efêmero, mas o escultor do eterno. Ele não ensinou nulidades, mas a verdade eterna. Ensinou nas sinagogas, lugar onde as pessoas se reuniam para ouvir a leitura da lei. Ensinou no lugar onde as pessoas buscavam conhecimento. Ensinou com fidelidade, com regularidade, com irretocável precisão. Nós, de igual forma, imitando a Jesus, devemos, no cumprimento da grande comissão, ensinar a palavra aqui e acolá, em nossa terra e além fronteiras, usando todos os métodos legítimos e disponíveis, até que as pessoas cheguem à maturidade e alcancem a estatura do varão perfeito.

Em segundo lugar, Jesus pregou o evangelho do reino. Jesus era um mestre e também um pregador. Ele veio para pregar. Pregar não a opinião dos doutores da lei nem a última corrente de pensamento dos grandes rabinos. Ele veio para pregar a palavra de Deus, o evangelho do reino. O evangelho do reino é o evangelho da graça que chama o homem ao arrependimento e promete-lhe remissão de pecados. O evangelho que, pela obra de Cristo, transporta o pecador do reino das trevas para o reino da luz, da potestade de Satanás para o domínio de Deus. O evangelho que abre a porta da salvação pela fé em Cristo sem o concurso das obras. O evangelho que apresenta a bondade e a severidade de Deus, a graça e o juízo, a redenção e a condenação, a vida e morte. Este evangelho não é criação do homem, mas dádiva de Deus. Destaca não as pretensas virtudes do homem, mas a soberana graça de Deus. Este evangelho do reino é a única boa notícia que pode tirar o homem da escravidão para a liberdade, das trevas para a luz, do juízo condenatório para a justificação pela fé. Este evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. A igreja não tem outra mensagem, o mundo não tem outra esperança.

Em terceiro lugar, Jesus curou toda sorte de doenças e enfermidades. Jesus cuidou da alma e do corpo, das necessidades espirituais e das necessidades físicas. Seu ministério foi marcado pela compaixão. A dor que latejava no peito das pessoas doía também em seu coração. Seu ministério não foi dentro de quatro paredes. Ele saía para encontrar as pessoas onde elas estavam e elas vinham a ele de onde estavam. Ele estancou o sofrimento efêmero e resolveu o problema eterno. Trouxe pleno perdão para os pecados e pleno alívio para as dores. Seu ministério de socorro dos aflitos pavimenta o caminho para a igreja seguir suas pegadas. Inobstante faltar-nos o poder pleno e absoluto que nele há, devemos ser revestidos de sua compaixão a fim de exercermos, dentro de nossos limites, o exercício da misericórdia. A igreja não pode olvidar aqueles que sofrem. Não pode passar de largo daqueles que jazem feridos à beira do nosso caminho. A igreja é o braço estendido da misericórdia de Deus num mundo enfermo que soluça e geme sem esperança. O que pulsa no coração de Deus deve também pulsar em nosso coração. A misericórdia não é para ser discutida, mas para ser praticada!

:: Hernandes Dias Lopes

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