Uma natureza completamente nova

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Os registros mostram Cristo passando da morte (como nenhum homem jamais passou) não para um estado pura e negativamente espiritual de existência, nem para uma vida natural, tal como conhecemos, mas para uma vida que é, em si mesma, uma nova natureza. Esses registros relatam que ele subiu aos céus seis semanas mais tarde, passando para um modo diferente de existência. Ele disse que estava indo “preparar-nos lugar”. Isso presumivelmente quer dizer que ele estava prestes a criar uma natureza completamente nova, que providenciaria o ambiente e as condições necessárias para sua humanidade glorificada e também, por meio dele, para a nossa. Essa não é bem a imagem que esperávamos encontrar — se ela é mais ou menos provável e filosófica dessa forma é outra questão. Não é a imagem de uma fuga de todo e qualquer tipo de natureza para uma vida incondicionada e transcendente. Trata-se da imagem uma nova natureza humana e de uma nova natureza em geral, trazida à existência. Devemos acreditar que o corpo depois da ressurreição será, de fato, totalmente diferente do corpo mortal. Porém, nesse novo estado, a existência de qualquer coisa que pudesse ser descrita como algo parecido com um “corpo”, envolve algum tipo de relação espacial e, a longo prazo, um universo inteiramente novo. Esse é o cenário — não de destruição, mas de reconstrução. Os velhos campos do espaço, do tempo, da matéria e dos sentidos precisam ser capinados, cavados e semeados para uma espécie de nova colheita. Talvez estejamos cansados desses velhos campos; Deus não está.

>> Retirado de Um Ano com C. S. Lewis, Editora Ultimato.

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