Crianças sírias podem brincar novamente no Centro de Esperança, mesmo em meio aos terrores da guerra
Até quase meio ano atrás, era raro ir a alguns lugares. Vera é uma organizadora voluntária da igreja, de um programa de futebol infantil realizado aos sábados. Para chegar ao local é necessário passar por entulhos de concreto que costumavam ser prédios. Essa parte de Damasco foi considerada perigosa antes que a crise de Ghouta acabasse. A área suburbana foi dominada por rebeldes em 2011 e, desde então, tiros são trocados entre rebeldes e forças do governo.
Nour, outro organizador do projeto, conta que “carros que passam pelo local dirigem em alta velocidade por medo de serem atingidos”. O perigo impede os jovens da cidade de jogar em diversos campos de futebol. Entretanto, de acordo com Vera, recentemente a área foi renovada pelo governo e reaberta para aluguel, permitindo à Aliança das Igrejas de Qassaa, uma área cristã, a criar um Centro de Esperança para crianças de todas as denominações cristãs.
Eles também abriram clínicas e assistências médicas para pessoas que precisam. Só o programa de futebol tem 500 crianças participando, mas o objetivo é que nos próximos anos sejam 1,5 mil. Até agora, apenas algumas igrejas participam do projeto, mas o centro também atende crianças de Jaramana, uma das vizinhanças de Damasco. O Centro possui uma série de campos, com grama artificial, esperando para serem usados. A conclusão de Vera e sua equipe é que crianças, durante a guerra, não são capazes de brincar fora de casa e por isso ficavam isolados a maior parte do tempo. “Então nós oferecemos a elas a chance de sair ao ar livre e aprenderem a ser menos tensas e ansiosas”, conta.
A alegria das crianças de Jaramana é demonstrada enquanto correm pelos campos. Uma série de aquecimentos, em forma de dança, pulos e exercícios, tomou o lugar em grupos divididos por idade. Criar resistência é a prioridade dos organizadores, como Fady colocou: “Por causa da guerra e falta de atividade física, eles ficam cansados rapidamente e não são tão enérgicos como deveriam ser”. Depois da introdução do treinamento, grupos de cada igreja irão participar de torneios nos próximos meses, na esperança de desenvolver espírito de equipe, relacionamentos fortes e solidariedade entre as crianças.
A faixa etária das crianças é de 4 a 14 anos, dos quais viveram pelo menos metade, se não toda a vida, em uma guerra que não pediram. “As crianças esqueceram como brincar em liberdade e segurança, então pensamos em levá-los para as quadras, reintroduzindo esportes e tentando fazer com que se sintam seguros em um ambiente aberto. Suas vidas podem mudar e seus futuros serem alterados. Por isso o lema do projeto é Vamos Brincar, Vamos Viver”, explicou Vera. Depois de brincadeiras, esquetes, conversas e fotos, Bíblias ilustradas foram entregues para cada criança.
Presentes de esperança
Assim como Vera e sua equipe, você também pode mudar vidas de crianças sírias. A Portas Abertas atua na região com projetos que dão novas perspectivas de vida, assim como a construção de Centros de Esperança. Com a sua doação, você presenteia duas crianças com uma Bíblia infantil para cada. Invista em uma igreja síria madura no futuro.
Pedidos de oração